A profissão de detetive particular é considerada uma das profissões mais antigas do mundo e continua em constante evolução.
Neste artigo vamos apresentar os principais requisitos para quem quer iniciar no mercado da investigação profissional, além de abordar algumas das habilidades necessárias para exercer a profissão com conhecimento e segurança. E para começar, vamos conhecer o que é um detetive particular?
Vamos ver o que diz o Art. 2º da Lei Federal 13.432/17
Para os fins desta Lei, considera-se detetive particular o profissional que, habitualmente, por conta própria ou na forma de sociedade civil ou empresarial, planeje e execute coleta de dados e informações de natureza não criminal, com conhecimento técnico e utilizando recursos e meios tecnológicos permitidos, visando ao esclarecimento de assuntos de interesse privado do contratante.
Isso quer dizer que o detetive particular é aquele profissional que após ser contratado por terceiros (pessoa física ou jurídica) poderá realizar investigação de caráter particular, utilizando suas habilidades para colher informações. Na coleta dessas informações o detetive particular poderá também utilizar-se de conhecimento técnico em ferramentas tecnológicas de uso permitido para gerar mais informações que possa complementar o seu trabalho de investigação.
Conheça algumas das características e habilidades necessárias
A principal característica de um detetive particular é a discrição no trabalho de campo onde ocorre uma parte da coleta de informações. O detetive precisa ser cauteloso nas abordagens com pessoas e discreto no uso de equipamentos, como por exemplo, durante o registro de um evento onde seja necessário o uso de uma filmadora ou câmera fotográfica.
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Obtenção de formação adequada
Dentre os 12 artigos da Lei 13.432/17 nenhum deles cita de forma expressiva a exigência de curso específico para o exercício da profissão de detetive. Contudo é importante ressaltar que o trabalho do detetive particular se assemelha a atividade policial, daí a importância de se preparar e buscar conhecimento sobre a profissão, sobre o funcionamento do mercado, e principalmente sobre as formas de agir em determinadas situações. Outro conhecimento importante que se deve buscar é sobre as leis que rege os direitos fundamentais da pessoa humana, tendo em vista que o detetive investiga não somente fatos, mas pessoas também.
Por ser uma das profissões mais antigas do mundo a oferta de cursos e treinamentos é vasta. Exemplo disso, são os novos cursos tecnólogos de investigação e perícia que surgiram após a aprovação da Lei do detetive e que são oferecidos pelas faculdades. Geralmente esses cursos tem duração média de 2 anos a 4 anos e ao final o aluno recebe um diploma reconhecido como curso de nível superior. No entanto, verifica-se nestes tipos de cursos de graduação a falta de aproximação do aprendizado com a realidade do mercado. Por isso, é mais vantajoso aprender na prática com quem já está no mercado e conhece todos os caminhos a serem percorridos de forma segura. Aprender com quem já está mercado e tem experiência é uma grande vantagem. Além de não perder tempo e envolver-se com problemas desnecessários, não irá cometer os mesmos erros de quem já errou.
Adquirindo experiência no campo
O trabalho do detetive se divide em 2 etapas, exemplo: TRABALHO DE CAMPO e TRABALHO INTERNO, que geralmente é feito dentro do escritório. O trabalho interno consome cerca de 30% do tempo do detetive. No trabalho interno o detetive irá se ocupar no atendimento ao cliente, nas pesquisas e levantamentos de dados e informações, e na confecção de relatórios da investigação que está sob sua responsabilidade.
Já o trabalho de campo é quando o detetive precisa sair do conforto do escritório para checar as informações coletadas no trabalho interno. No trabalho de campo o detetive irá realizar diligências, localizar alvos, fazer campanas para monitorar pessoas, filmar, fotografar eventos, gravar conversas e outras coisas inerentes ao trabalho de investigação. O trabalho de campo consome certa de 70% do trabalho do detetive.
Conhecendo as leis e regulamentos da profissão
Apesar da Constituição federal no seu Art. 5, Inciso XIII assegurar o direito à liberdade do trabalho, ofício ou profissão, isso não quer dizer que o detetive poderá fazer tudo o que quiser e entender dentro de uma investigação. Alguns preceitos básicos devem ser conhecidos e respeitados como é o caso do direito à personalidade, intimidade e privacidade do investigado, sendo esses direitos fundamentais, e consequentemente, de interesse da sociedade. Por isso, devem ser resguardados em toda sua plenitude.
Alguns livros não podem faltar na estante do escritório do detetive
- Constituição Federal – CF
- Código de Processo Penal – CPP
- Código de Processo Civil – CPC
Estabelecendo uma rede de contatos
Uma das principais ferramentas de investigação do detetive particular é a sua rede de colaboradores e informantes. Esses colaboradores devem estar estabelecidos em todos os seguimentos da sociedade. O colaborador pode ser um porteiro, jornaleiro, taxista, guardador de carros, vendedor ambulante, gerente de banco, atendente de telemarketing de operadoras de telefonia, servidores de órgãos públicos como os profissionais da saúde, por exemplo, policiais, advogados ou qualquer pessoa que exerça alguma atividade ou profissão que produza algum tipo de informação. Nem sempre uma ferramenta tecnológica de banco de dados produzirá informações que somente o olho e ouvido humano é capaz de produzir, como por exemplo, uma testemunha que presenciou um fato.
Adquirindo equipamentos e ferramentas
Para quem pretende atuar na profissão também precisar saber que a velha e conhecida maleta de equipamentos do detetive ainda se faz presente nos dias atuais. Portanto, veja o que não pode faltar:
- Micro câmeras disfarçadas em relógios de parede, pulso, despertadores, chaveiros de mão, óculos, bonés, botão de camisas;
- Canetas e Pen drive para gravação de conversas entre pessoas;
- Escutas ambientes e direcionais;
- Filmadora;
- Câmeras fotográficas;
- Rastreadores
Mas não se preocupe, esse material pode ser comprado aos poucos de acordo com a necessidade do momento.
Construindo uma confiança profissional
O trabalho do detetive se baseia em extrema relação de confiança entre ele e seu cliente. Dessa forma, algumas informações passadas pelo cliente ao detetive e vice-versa são consideradas informações sensíveis. Daí a importância de manter em segredo todas as informações circulantes entre as partes. Outro fator importante para o sucesso do profissional é que uma vez bem atendido e satisfeito, o cliente será o principal avalista dos serviços do profissional indicando novos clientes.
Estabelecendo um escritório ou agência
Uma coisa importante que todo iniciante na profissão deve saber é que contratar os serviços de um detetive não é barato. Isso quer dizer que um cliente que está disposto a desembolsar 5, 10, 15 ou 20 mil reais por uma investigação não vai confiar e pagar um profissional que faz atendimento em locais públicos. Portanto, o profissional precisa entender que dentro do planejamento dele para entrar no mercado deve ser incluído a possibilidade de um local de atendimento, mesmo que esse local seja temporário, como um escritório de um conhecido, uma parceria com um escritório de advocacia, por exemplo, ou até mesmo alugar uma sala de reunião no estilo de Coworking onde é possível alugar um espaço com toda infraestrutura pagando apenas pela hora utilizada.
Criando um plano de negócios
O plano de negócio é o instrumento ideal para traçar um retrato fiel do mercado que se pretende conquistar. No entanto, é importante estabelecer algumas metas a serem alcançadas e o tempo para se cumprir essas metas. Em todo empreendimento há bônus e riscos. No mercado da investigação profissional não é diferente, mas como em todo e qualquer negócio exige-se dedicação e atenção, além das tomadas de decisões importantes. Um bom plano de negócios pode evitar gastos desnecessários. Elaborar um bom plano de negócios é a garantia de sucesso.
Promovendo seus serviços na comunidade
Em todo negócio ou profissão para vender qualquer produto ou serviço é necessário uma boa estratégia de divulgação. Sendo assim, oferecer serviços de investigação profissional não é diferente. O primeiro passo é descobrir onde estão anunciando os principais concorrentes e procurar identificar também onde eles não estão anunciando, mas que você entende que aquele canal pode ser explorado para captação de clientes. Vamos a um exemplo: uma revista que circule e seja distribuída gratuita dentro de um grande centro comercial de um bairro nobre. Neste caso você estará divulgando sozinho naquele espaço sem ser incomodado pela concorrência.
O segundo passo é descobrir como é feita a abordagem ao cliente e de que forma o cliente é convencido a contratar o serviço do concorrente. Para isso, basta ligar para os concorrentes se passando como um cliente para estudar a forma de atendimento dos mesmos. Mas tenha em mente uma história pronta para contar.
O terceiro e último passo é descobrir quanto o seu concorrente cobra pelos seus serviços de investigação. Porque dessa forma, você poderá elaborar uma tabela de preço aproximada entre o menor e o maior valor cobrado pelos serviços. Isso evitará que você cobre muito pouco por um serviço colocando em risco a qualidade na prestação de serviço. Ou cobrar um valor muito superior à da concorrência correndo o risco de não fechar nenhum contrato por estar cobrando muito acima dos demais.
Superando desafios e mantendo-se atualizado
O primeiro passo para superar os desafios é se planejar para enfrenta-los. Portanto, mesmo não sabendo o que acontecerá no futuro temos de ter em mente que somos capazes de vencer qualquer obstáculo por mais difícil que seja, porque para enfrentar os novos desafios que virão pela frente precisamos colocar em prática desde já algumas coisas, como por exemplo:
- Pensar grande e positivamente;
- Partir para ação toda vez que confrontado por um desafio;
- Ter humildade e pedir ajuda sempre que precisar.
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